Exmo. Senhor Deputado Sebastião Tião Gomes Pereira,representante do Exmo. Sr. Governador do Estado;
Exmo. Senhor Desembargador Antonio Elias de Queiroga, DD Presidente do Tribunal de Justiça deste Estado;
Exmo. Desembargador Almir Fonseca;
Exmo. Desembargador Semião Cardoso Cananéia,DD. presidente da Associação dos Magistrados da Paraíba;
Exmo. Desembargador Wilson Cunha,DD. Corregedor da justiça;
Exmo. Desembargador Antonio de Pádua Lima Montenegro;
Exma. Senhora Adria Perazzo,DD. Prefeita deste município;
Exmo. Senhor Dr. Pedro Moreno Gondim, ex-Governador do Estado;
Revdmo. Monsenhor Ruy Barreira Vieira;
Exmo. Senhor Dr. Afranio Melo, DD. Presidente da OAB-Secção deste Estado;
Exmos. Senhores juizez de Direito
Exmas. Senhoras;
Exmos. Senhores.
O político e escritor Português,JOSE MARIA LATINO COELHO, dizia: "uma das artes mais bela, mais exoressiva,é sem dúvida a arte da palavra".
Muito gostaria de ser um destes artistas que me antecederam e desses que advirão. Quando menino a minha Professora Dona Júlia Veronica dos Santos Leal, num fim de ano, como era de costume, incubiu-me de fazer uma representação Teatral e coube a mim um monologo O ANALFABETO. Lembro-me de um trecho que dizia assim: "É bem triste e ignorancia, a gente não saber ler!"
Esta estgma me acompanha até hoje. Mas si não possuo a retórica trago a gratidão.
Com a administração do Exmo. Senhor Desembargador Almir Fonsêca a fre4nte do tribunal de Justiça deste Estado, juntamente com o Desembargador Semião Cananéia,Corregedor, interiorizaram a justiça com o binomio: JUSTIÇA / POVO- A COMARCA DE AREIA não dispunha de um prédio para a sua casa; com esforço do então Prefeito Tião Gomes, a colaboração da Sociedade Areiense, abdicando de seu sodalício, numa proposição do Vereador á época FERNANDO LEAL,veio o município de Areia ao encontro àquela filosofia e adquiriu o mprédio aonde até hoje vinha funcionando em condições precarias a casa da "MÃE DAS HORAS". Dois resgates ocorreram ao mesmo tempo: um de ordem sentimental deste que vos fala, apontando o nome do Desembargador AURELIO DE ALBUQUERQUE como patrono do Forum. era um filho agradecendo a quem no falecimento de seu genitor fez uma bela cronica, como bem sabia fazer,intitulando,DESTINO, contando das agruras de meu pai para criar onze filhos. Na época quiz agradecer-lhe em letra de forma, faltou-me terra aos pés..... mas para agratidão sempre há tempo. Disse naquela ocasião,como Areiense, não podia deixar de reconhece-lo como um dos maiores, tanto no humanismo como cultor do Direito e dum bairrismo exagerado,pois numa de suas viagens ao Velho Mundo escreveu-me de Hamburgo dizendo que visitando aquela cidade,Oslo, Amsterdam, Londres e muitas outras nenhuma delas a comparava a nossa Areia e muito bem eu fazia que daqui não arredava opé. O Senador Coêlho Lisboa visitando Paris disse que para se igualar a Areia faltava-lhe a Gameleira!!
O segundo resgate foi o cumprimento da Lei Imperial de Maio de 1815 criando a Vila do Brejo de Areia e a sua comarca com ddois cartórios, ficando determinado que:: " os seus moradores fariam a casa da Comarca e das Audiencias" somente cumprida 170 anos depois. Agora vem o Desembargador Antonio Elias de Queiroga na sua dinâmica administração informatizando a justiça da Paraiba adquerindop este Casarão que as futuras gerações louvarão esta iniciativa. Antes da concretização da compra deste prédio sonhei com o Major José Rufino dizendo ele: "É muito bom a gente construir para ter uma finalidade....." Ninguém administra sozinho; o bom administrador sabe escolher o seus auxiliares e isto não faltou ao nosso Presidente. A sensibilidade bda Exma Senhora Doutora Onélia Queiroga,permita-me, sua digna esposa e Presidente da Associação das Esposas dos Magistrados da Paraiba; a sua equipe de Arquitetura e a visão do Dr. Noel Cavalcanti,deixam aqui esta reliquia de construção e prservação que servirá de admiração a todos quanto aqui visitarem.
Exmos. Senhenhores,Exmas Senhoras: sou um mistico! Ninguém define melhor o desconhecido do que o Dramaturgo e poeta Ingles SHAKESPEARE na sua obra HAMLET,quando disse: "entre o céu e a terra grandes mistérios existem alem de nossa vã filosofia". Advogo que somos simplesmente marionetes nas mãos da Natureza e acredito nas Parcas, as Irmãs Fianderas como assim chamava La fontaine e a quem o nosso Carlos Dias Fernandes dedicou-lhe versos; Clotho a que cuidas da "roca", minha madrinha! quando "descansa a roca e vem os contra-tempos, aí lembro o velho Cientista Político Vietnamita--Ho-Chi-Ming quando dizia: ATempestade é uma boa oportunidade para o pinheiro e o cipreste mostrarem a sua força e estabilidade. Aí volto ao meu "interior": é o tempo em que Clotho tem voltado a minha "roca", levanto-me e sigo em frente para novas etapas.... mas venho a me perguntar: porque esta homenagem a este pobre e pequeno escriba? O que fiz para tanto merecer? se dívidas há sou eu o devedor e se crédito foi apenas o cumprimento do dever. Aprendí lendo os Romanos, dizia Salustio: "Odever é um Deus que não admite ateus; o homem só é livre quando escravo do dever!!! Nada resta sinão agradecer. Agradeço portanto com alma genoflexa esta homenagem tão significativa ao meu nome, perpertuando-o neste vcasarão de memoraveis e romnticas histórias compondo salas em companhia de nomes do Exmo. Senhor Desembargador Antonio Elias de Queiroga, do escritor e historiador dr. Horacio de Almeida e José Rufino de Almeida; e viver doravante com as mémorias de tantos que por aqui passaram: LUIZ VICENTE BORGES revolucionario da Praieira - 1848 -neste sobrado resguardado por algum tempo dos adversários; as conversas de balcão da venda de Rufino Augusto de Almeida pai dos Doutores Horacio, Elpidio,professor Pedro Augusto de Almeida, José Rufino de Almeida e Maria Eugenia, que aqui nasceram, e que acudiam as pessoas mais gradas da Comuna. a história da bela moça que numa noite traz para sua alcova um viajante; e, no dia seguinte perguntando a Joaquim Pinto quem era aquela beldade, respondeu-lhe o hoteleiro, que ali naquele sobrado ninguém morava há muito tempo. Protestou de imediato e disse ter a té deixado o seu relogio na cabeceira da cama; buscaram as chaves, abriram o casarão, lá estava o relógio e vestigios do coloquio, mas nenhuma moça.......Conviver com os sons do piano e violino de Maria das Vitórias Chianca, que deste primeiro andar deliciava os estudantes com as valsas de STRAUSS,Wagner, e tantos outros e,vez em quando, as nossas valsinhas populares de autoria de Chiquinha Gonzaga que o nosso Olavo Bilac em versos chamavam-nas "Flor amorosa de três raças tristes". Os estudantes, a tarde, todos bem trajados com suas gravatas de manta ou borboletas vinham se deliciar com essa hora de arte, chegando Jansen Filho a dizer que para Coimbra, aos estudantes só lhes faltava a capa. Além da lembrança de ter conduzido num daqueles FESTIVAL DE VERÃO o escritor Jorge Amado que procurava o mMinistro José Américo de Almeida. coincidentemente trazia eu o livro VELHOS MARINHEIROS para o seu autografo; quando chego à praça 3 de Maio pára um carro, reconheci de logo, e pergunta-me: aonde encontrar hospedado o José Américo de Almeida; entrgo-lhe um cartão de boas vindas que já trazia, dou-lhe o livro para autografar e seguimops à pé. Em aqui chegando encontram-se. Quero retirar-me . O Sr. Ministro disse : fique! e, fiquei a ouvir aqueles dois gigantes da Literatura Regional - um do ciclo da cana, outro do cacau.
Mas, Exmos Senhores, Exmas. Senhoras, se eu estou sendo alvo desta homenagem, permitam-me que entregue a quem de direito. Primeiro agradeço a Deus,ao Grande Espirito,ao Grande Arquiteto do Universo e Tüpã, Allah ou qualquer nome que se lhe dê por esta dádiva na minha existencia, par depois homenagear àqueles que fizeram com que eu aqui hoje estivesse. De Inicio a meus pais HENRIQUE BATISTA de ALBUQUERQUE e HELOISA GOMES de ALBUQUERQUE que com sacrifícios minha mãe costurando numa máquina para nos dar de comer e mais o conselho: "Acompanha-te com os bons que serás um deles; acompanha-te com os maus que serás pior que eles. Homenageio o Dr. José Severino Gomes de Araújo, o Dr. Antonio Nunes de Farias Junior, o Sr. Tiago Carvalho e Sady Libanio da Silva, liderados pelo Monsenhor João Coutinho, que também homenageio, levaram-me a conhecer a Filosofia do Padre Ozanam e me tornei Vicentino; aos dez anos de idade aprendi a lavrar uma data; era irmão Hospitaleiro. Aos domingosa, após a MISSA, saía a distribuir obulos aos necessitados, alivia a miséria -- a doença social --a necessidade já conhecia; pelas mãos de Lindolfo Cavalcanti e o exemplo do Prfessor Leonidas Santiago, que muitos anos depois homenagiei-o dando o seu nome a Loja Maçonica desta cidade, aceitei a doutrina de Kardec - tornei-me Espírita até hoje; homenageio o Sr. Inácio da Costa Gondim na pessoa do seu filho Dr. Pedro Moreno Gondim, ex- governador do estado, que saindo da Coletoria federa ia à Mesa de Rendas debater impostos do selo e de causa mortis com o Sr. José Vieira Diniz; homenageio todos os Guardas Fiscais colegas de meu pai na pessoa do Sr. Antonio Pereira de Melo que na Mesa de Rendas discutia com CIDALINO PIMENTA E MANOEL FRIRE DE ANDRADE QUESTÕES GRAMATICAIS E LITERARIAS, e eu bebendo sabedoria.....homenageio a minha esposa Dona Lêda pela vivencia de 48 anos; e aos meus nove filhos e dezesseis netos -explico: ( por ventura as minhas noras e meus genros não são também meus filhos? e os filhos de meu filho do coração não são meus netos?) a estes entrego este galhardão para que mantenham-no acima de suas cabeças como um facho a iluminar os camimhos de suas vidas em todos os setores, em respeito a estes ilustres Cidadãos que me entregaram nesta solenidade; e vigilantes sejam para que no futuro não tenham mêdo do passado!
E para finalizar trago uns versos tirados do livro ELOGIOS DOS OLHOS do PROFESSOR DOUTOR PAULO GUSTAVO GALVÃO, filho de meu dileto e saudoso amigo Dr. Paulo Galvão, médico que foi em Campina Graande, velho companheiro do P.T.B de GETULIO VARGAS, JOÃO GOULART,HERMANO SÁ E ASSIS LEMOS quando sonhavamos com um Brasil Nacionalista, juntamente com SOARES MADRUGA,DR. MALAQUIAS THEMOTIO, AGASSIS GUERRA, SARAIVA E SÁ CAVALCANTI um dos Prefeitos mais operoso que o Muicípio de Pombal teve, a todos as minhas homenagens. Faz-me lembrar o Cardeal Rufo em a "CEIA DOS CARDEAIS" quando dizia: "O sentimento humano pode matar o amor, mas nunca a saudade"!! Matei o amor pela politica mas não pude apagar a saudade dos momentos emocionais daqueles dias, e digo: "Feliz aquele que ao lhe perguntarem pelo que trazia, respondeu deste modo:
TRAGO NA SOLA DOS PÉS
OS CALOS DA CAMINHADA
TRAGO NA LUZ DAS PUPILAS
O CINTILAR DA ALVORADA
TRAGO O CONTORNO DAS SERRAS
QUE MARGINARAM A ESTRADA
NAS MAÕS.....TRAGO NADA
TRAGO NESTE MAGRO ROSTO
A PELE ENRUGADA
E TRAGO NO LARGO PEITO
A VOZ AINDA EXALTADA
TRAGO O PERFUME DAS SERRAS
QUE MARGINARAM A ESTRADA
NAS MÃOS.... TRAGO NADA
TRAGO NO CORPO RECURVO
MATERIA EXPERIMENTADA
E NO CEREBRO MADURO
A CONSCIENCIA APURADA.
TRAGO O MURMURIO DAS SERRAS
QUE MARGINARAM A ESTRADA.
NAS MÃOS.....TRAGO NADA!
E cada pousada do caminho, em que se reanimava das energias dispendidas,podia dizer assim:
TRAGO O CÉU E TRAGO A TERRA
NOS OLHOS DO VIAJOR.
TRAGO O PASSARO DA SERRA
QUE NO PEITO SE ALOJOU.
E NAS MÃOS, RAMOS DE LUZ
DA AURORA QUE LÁ FICOU.
NO CORAÇÃO TRAGO SANGUE
QUE O OCASO DISTILOU.
TRAGO NA CARNE AS FERIDAS
QUE A POESIA ME DEIXOU.
TRAGO AS LÁGRIMAS SALGADAS
DA MARÉ QUE ME AFOGOU;
E LÁGRIMA DE ÁGUA DOCE
DO RIO QUE ME LAVOU.
TRAGO BEM E TRAGO MAL
QUE A VIDA ME DESVENDOU
TRAGO ALEGRIA ESPERANÇA
QUE SOU DE NOVO CRIANÇA,
POIS SEJAMOS DE NOVO CRANÇAS. E, SOBRETUDO, SEJAMOS AMIGOS!
QUE DEUS LHES PAGUE! MUITO OBRIGADO!!!!!
AREIA,31-01-1997
Discurso proferido pelo grande Areiense José Henrique Albuquerque,na inauguração do Forum Judicial de Areia-PB,no Sobrado historico de José Rufino de Almeida, onde o mesmo(Orador) foi homenageado.
Obs: O notavel escriba e orador, José Henriques de Albuquerque,me enviou este opulento discurso para que eu fizesse meus comentarios. Meu Deus , quem sou eu para fazer uma analise de uma obra preciosa como esta e de outras tantas que o preclaro escriba Areiense possue...!!!! só me resta agradecer a confiança que o nobre conterraneo orador poeta demonstrou ter por mim.
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