domingo, 23 de agosto de 2009

Saudações as Bandeiras.

                                                                    
BRASIL,silêncio!
Vejo, CAMINHA olhos esgazeados de admiração e espanto.CABRAL exultante de alegria diante do espetáculo de natureza que o trópico oferecia,numa musicalidade festiva,onde o marulhar das ondas se orquestrava com o vento da folhagem.
     E,tu,BRASIL,nascias para o mundo,a ti o olhar de surpresa e desconfiança de teus habitantes,que em festiva recepção,recebiam,brancos íbericos que vinham fecundar nativas, caldeando mamelucos,que te dariam continentalidade cordiforme,ao lado de bandeirantes audazes e corajosos,de espada dominadora,percorrendo caminhos paralelos à cruz jesuítica.
     É dali para o teu hoje,a sombra da cruz chatada,tendo,ainda,por pálio o estelar CRUZEIRO DO SUL,testemuha guardiã da conquista que se veria.Nasceu tua,impondo-se tua pujança,curvando-se o mundo para o teu porvir glorioso e altaneiro,pacífico mais dominador. Espera BRASIL,comporte-ei agora,desde aqueles dias quando velas pandas touxeram teus conquistadores,que te legaram este hoje,gigante imenso do CHUÍ ao OIAPOQUE,dos ANDES ao ATLANTICO,progressista e ordeiro,trabalhador e futuroso.
     Quem vejo? MINHA TERRA BERÇO--orgulho de brasilidade. Miro minha pequenina gloriosa Paraíba,nascida da perseverança de MARTIM LEITÃO com a ajuda do bravo PIRAGIBE,cujo tacape foi irmão do espadachim FRUTUOSO BARBOSA. Bendigo-te, braviosa e corajosa com VIDAL DE NEGREIROS, já sonhando FERNANDES VIEIRA e POTY, a criação,de uma nação,já na expulsão holandesa,soletrando,assim,as primeiras letras de nosso nativismo.
     Saúdo-te dentro da brasilidade,"mulher macho ,sim senhor,"não na tua mulher feminina e bela,grácil e mimosa,mas em ti,como Estado-Mulher,heróico e guerreiro. Saúdo-te na tua heroina BRANCA DIAS,morta como JOANA D' ARC em sua fogueira,ressurgida como Fênix de suas cinzas para a ressurreição de sua glória,mártir de suas idéias.Vejo-te,terra adorada,regada pelo sangue de teus mártires, AMARO COUTINHO,RODRIGUES DE CARVALHO,gloriosa em 1817,repetindo-se estes em 1848,ou em 1824,com na guerra do Paraguai,onde meus conterrâneos se mostraram firmes e resolutos naqueles embates pátrios. Vejo-te,pincel genial de PEDRO AMERICO em colorido rubre, exalçando teus momentos ímpares de civismo e embates decisivos. Conheço-te Verbo de fogo com COELHO LISBOA,na Republica ou em EPITACIO repetindo RUY em HAIA, ALCIDES CARNEIRO,enobrecendo a eloquencia brasileira,JOÃO PESSOA tombando pelas tuas liberdades,para levantar-se estátua de bronze e de eternidade cívica em Trinta,quando foste martirio e coro de NEGO,que te afirmou indômita.És,terra querida, o CABO BRANCO, orientadolizando o continente,com dedo em riste Atlântico adentro,chamando para ti a atenção do mundo,principalmente para a tua TAMBAU,náide, em escultural natureza,onde mulher praia,recebe o beijo deste apaixonado Atlântico,noivo constante que te ama,ouvindo o vento fagueiro,musicalidade deste poema de amor que enternece pelo canto de tuas palmeiras,,guerreiras tabajaras,que choram nênias tristes,saudosas de seus guerreiros,que desapareceram no sacrifício de tua defesa a potugueses,franceses ou holandeses.Marterializaste tua bravura na Fortaleza de Santa Catarina,cujas pedras mudas, mas testemunhas de tuas glórias épicas. Finalmente,terra querida, te consagrastes nas letras,pela marcante BAGACEIRA DE JOSE AMERICO DE ALMEIDA,pelo verso indecifrável de AUGUSTO DOS ANJOS,pelo regionalismo cheiroso de mel de JOSE LINS DO REGO,pela pena ímpar de ASSIS CHATEAUBRIAND,ou pelo verso matuto, brejeiro de ZE DA LUZ,nosso CATULO de Chapéu de COURO,PARAIBA,apresento-te finalmente ao Brasíl Leonistico aqui presente, com a frase imortal de teu grande tribuno ALCIDES CARNEIRO: PARAIBA, TERRA PEQUENINA QUE NÃO PÔDE SER GRANDE,MAS QUE SE TORNOU GRANDE,PARA VINGAR-SE DE SER PEQUENINA.
Discurso proferido na cidade de Fortaleza -CE, pelo professor Amaury Araújo de Vasconcelos (UFPB), imortal da Academia Paraibana de Letras e da novel Academia de Letra de Campina Grande,da qual foi fundador e Presidente desde 1981, é Areense por título de cidadania; o mesmo é falecido.
 Obs: O ínclito prof. Amaury Vasconcelos é filho do também professor Areense Antonio Benvindo(in memorian)cuja rua do Pirunga em areia recebeu seu nome.
Transcrito  por Edmundo Alves.

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