quinta-feira, 7 de abril de 2011

Por Aderaldo Luciano:

Em 28 de março de 2011 01:09, Aderaldo Luciano <luizcangaceiro@gmail.com> escreveu:
Ninguém aqui lembrará de Zeca Toucinho, mas o filho de Neuza morava
com ela lá no final da Rua do Bode, meu reduto inexpugnável. Tocava
bateria só com a boca, como hoje o fazem os rappers. Além disso,
jogava sempre um futebol conosco lá nos toquinhos. Nos amedrontava,
era destemido, não respeitava a ordem social e não era benquisto na
Rua Grande. Foi meu amigo de longas noites silenciosas. Talvez
tivéssemos os mesmos anseios, os mesmos sonhos. Eu agarrei-me com
unhas e dentes no cometa Halley, quando passou por Areia. Zeca foi
pego pela rede da polícia. O grande mito e proeza que nos contava é
que havia fugido do Pindobal, a colônia penal para menores infratores
da Paraíba, naquela época. Soube de sua morte há uns 10 anos. Fiz um
poema para ele, está em meu livro:

A morte do imperador

Encantou-se o São Zeca Toucinho
De noite, 'scorado em bananeiras,
Entre folhas, baratas, ratos, fezes
Pois que ele obrava para a lua.
Bem bebia e demais. Zeca Toucinho
Foi anjo do mal para nós, moleques.
Foi bem mais que santo para Neuza
("Foi Deus que o levou", diria ela),
Mas diriam os conéis de Areia:
"Foi um negro, sacado, sujo e ruim!"

A ele, meu abraço, meu respeito e meu agradecimento, onde quer que
esteja!

1 comentários:

Edmundo disse...

So vc mesmo amigio, pra usar dessa humildade toda com os persongens folcloricos da terra dos Bruxaxás, e depois que vc se agarrou com o cometa Halley, raramente vem pousar na base aerea de Assis Neguin...rsrsrsrsrsrsr!!!!!!!