segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

FRANCISCO RAFAEL DAS CHAGAS PICICO, O MUSICO!!!

     Quase todos os grandes problemas da humanidade estão sempre ligados aos sentimentos do belo, inclusive, a própria conservação e aperfeiçoamento do homem.  A beleza é uma promessa de felicidade eo perfume é uma forma também de sedução. A mulher e o perfume sempre estiveram intimamente associados, porque o perfume é a beleza do olfato e um sentido vinculado a emoção estetica, criando estado psicologico favoravel a beleza e ao sonho.  aA música por sua vez, suavizando os dissabores da vida e instaurando em nossa mente um estado de repouso e divagação formula uma potente e salutar contribuição à reflexão, à harmonização dos sentimentos elevados para a utilização do bem estar do eu sensitivo. Pela  harmonia e, pelo sentimento, Picico também foi poeta e músico. Nos amores e nas amrguras deixava-se num milagre de transfiguração todas as virtudes intelectuais que ornaram o seu perfil, onde se pode ver que a sua vida fora um misto de renúncias e ambições. Todos esses atributos de beleza estavam inseridos na personalidade multiforme do artista Areiense.
     A música foi, para ele, algo muito querido, sutil e fugaz. Na direção do Coro da igreja da Conceição, na " Noite dos Artistas" tinha cuidado especial para que em nenhum momento a orquestra não suplantasse  as vozes e os canticos sacros, para que elas saissem leves, transparentes com infinitas cores, unidos a sensibilidade doce e expressiva desse genero musical.
     Costumava promover saraus musicais onde eram executadas peças de salão, no melhor sentido do concerto, , valsas carpices, romances sem sem palavras, preludios e peças leves. A valsa brasileira, era, contudo, o tipo de música predileta do seu repertorio.
      Francisco Rafael das Chagas, o PICICO, era filho de Manoel Cleodon da Silva e Guilhermina Amélia da Silva. Era solteiro e residia em companhia de sua irmã Virginia Belenice da Silva, mais conhecida por Dona NENEN.
     O nome Picico não veio do cartório e sim, foi adicionado depois.
     Andava impecavelmente vestido e a sua elegancia constituia motivo, de comentarios no viver Areiense.
     Alfaiate, poeta,cantor, compositor, instrumentista, regente e rábula, Picico ensinava piano, toria e solfejo,cítar, violino, bandolim e violão as mais destacadas moças e rapazes da cidade serrana. No entanto, a sua atividade principal foi alfaiate, com desempenho da alta costura cívil, eclesiastica e militar.
     Pertenceu a época das cartas perfumadas que tanto concorreram para o encantamento dos tempos romanticos.
    Picico tinha, em Areia, uma orquestra  própria e nela figuravam moças e rapazes da melhor sociedade local. Picico tinha, estatura mediana, cabelo miúdo e estirado, não usava bigode, era de cor morena clara e olhos everdeados. procurava compor música repousante para o espírito, nada importando o resto. Para tanto, teve então um ambiente  propício, uma atmosfera artistica de real receptividade na sua bela e querida Areia
     Picico tinha o gênio da anedota e do humor. Era um sentimental. das suas principais composições podemos enumerar:  A CHALEIRA DA SOGRA valsa; PICOLINO valsa;DIVAGAÇÕES, valsa a dueto para violino e bandolim; SUSPIRA E RI; MARTIR DE AMOR; FLORES DE AREIA, SAGRADO REFUGIO, ANDORINHAS DA SERRA; AREIA QUERIDA; NINI; PERFUME DE MULHER;. SOMBRA DO PASSADO E, ainda: AVE MARIA, STELLA, TANTUM ERGO DA CONCEIÇÃO; HINO A NOSSA SENHORA DO PATROCINIO; VIRGEM, MÃE E NOITE DOS ARTISTAS -- HINO RELIGIOSO E MODINHA. A cultura é obra do espírito e não morrerá jamais. É luz que não se apaga. Sabemos que a inteligencia tem altura dos vôos dos condores, e por esse desiderato a tradicional e bela cidade de Areia alcançara, no passado, audiririo para seus gorgeios. O escritor REINALDO DE OLIVEIRA o chamou de "O HOME DOS SETE INSTRUMENTOS", e comentou que um dos melhores discursos ele proferiu por ocasião de uma festa em homenagem a data de tres de Maio que assinala  a abolição da escravatura em Areia. Picico, o rábula, com apenas dezesseis anos eletrizara a plateia Areiense por ocasião da defesa de seu constituinte, a ponto do juiz Dr. Paulo Hipacio ficar admirado do seu talento.
     Picico desfrutou de um privilégio curioso, nunca pagar imposto ao munícipo de Areia.  Um dia muda a politica e eis que bate a porta uma intimação judicial; o alfaiate reage, com impetuosidade; em absoluto, não cumprirei as determinções da lei! O oficial de justiça, ainda pondera, mas é inutil. O rapaz ameaça executa-lo.
     Ele então abre solenemente uma gaveta e põe sobreo balcão a tesoura,fita métrica e o esquadro. Estão aí os meus bens, concluiu com enfase.
     No século dezenove era editado em Areia o periodico o MOSQUITO, que tinha como redatores Francisco Picico e Abel Costa, onde  se lê  um pensamento do Menestrel de Areia: "Do matrimonio pode dizer-se que é um contrato pelo qual o homem de livre passa a ser escravo, e a mulher de escrava passa a ser livre."cujo texto bem define a sua condição de solteirão que conservou até a morte.



Pesquisa realizada pelo amigo conterraneo "Assis Neguim".

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